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E o que é felicidade?
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Todo ser humano quer ser feliz e busca a felicidade, contudo a vida real nos mostra sofrimentos ligados ao: próprio corpo, com suas dores e medos; mundo externo; e relações com os outros seres humanos.
Será então que buscar a felicidade quer dizer que devemos ter muito prazer e evitar o sofrimento a qualquer custo?
São tempos em que se impõe “ser feliz”, como uma obrigação, logo qualquer tristeza é mimimi, medicada ou não encarada, afinal você não deveria, nunca, estar triste.
Felicidade não parece mais o resultado de bons momentos, mas há uma certa obrigação de ser constante e isso certamente está adoecendo a nossa população, afinal como ser feliz o tempo todo? As taxas de depressão crescem, a procura por medicações, a venda dos livros de auto-ajuda e tantos outros números que provam que a nossa saúde mental não vai bem.
O ideal de felicidade parece incompatível com a vida real, assim são vividas tantas dores, sentimentos de impotência, tentativas de anestesiar e de fugir do sofrimento, vícios...
Tudo muito prático e concreto, evitando a reflexão e aprendizado proporcionados pelo desprazer e frustração, assim pouco se sabe sobre as emoções, sobre tolerar o desprazer em direção a um prazer maior e isso nos faz adultos tão incapacidades de lidar com as adversidades.
Claro que ninguém gosta de lidar com regras, nem renunciar aos prazeres, mas não há como ser feliz o tempo todo, até porque prazer em excesso é dor.
Viver uma vida de comédia eterna, cheia de prazeres constantes e 0 preocupações, têm um custo e isso é nítido quando escutamos as pessoas mais atentamente.
Nas fotos e redes sociais, nos palcos, tudo é belo, mas como será o “backstage”? São tempos em que não se pode nem sofrer e nem envelhecer em paz.
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Imagem @umfilmemedisse
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PRAZO DE VALIDADE
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❝Nada no mundo se destina a permanecer, muito menos para sempre. Os objetos úteis e indisponíveis de hoje são, com pouquíssimas exceções, o refugo de amanhã. Nada é necessário de fato, nada é insubstituível. Tudo nasce com a marca da morte iminente, tudo deixa a linha de produção com um 'prazo de validade' afixado.❞
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@professorkrauss - O sociólogo polonês Zygmunt Bauman utilizou o conceito de “Modernidade Líquida” (ou “Pós-Modernidade”) como uma metáfora sobre a sociedade atual. De acordo com ele, a modernidade “sólida”, cujo auge se deu nos séculos XIX e XX, teve como traço básico a ideia de que o ser humano seria bem-sucedido e feliz abraçando a "solidez" proporcionada pela segurança, pela valorização dos padrões e das instituições. A confiança na capacidade de moldar o próprio futuro seria o principal traço desse período.
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Segundo Bauman, a partir das últimas décadas do século passado, a modernidade sólida começou a ser substituída pela “líquida”. A palavra liquidez remete à ausência de forma definida, proporcionada pela quebra dos padrões, das fronteiras entre o público e o privado e pela efemeridade. Traços essenciais da sociedade e das relações a partir de então. Bauman argumenta que, “Os tempos são ‘líquidos’ porque tudo muda tão rapidamente. Nada é feito para durar, para ser ‘sólido’.”
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O ser humano pós-moderno substitui os projetos para o futuro pelo prazer instantâneo, a produção pela especulação, o conteúdo pela performance, a experiência pela flexibilidade e os sonhos pelas ambições.
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Além disso, a sociedade líquida, sedenta por liberdade, se mostra também obcecada pelo consumo. Os laços humanos estão cada vez mais frágeis, artificiais e até mesmo as pessoas são tratadas como mercadorias. Os produtos se renovam diariamente, e os empresários não temem anunciar que os próprios objetos produzidos já estão “ultrapassados”. Da mesma forma, os trabalhadores vivem num permanente estado de medo e incerteza, já que podem ser “descartados” facilmente. A solidez das convicções, assim, foi substituída pela liquidez do instante. Nos laços amorosos, observa-se a mesma tendência: relacionamentos inconstantes e momentâneos caracterizam nossa época, o que Bauman chama de Amor Líquido. ⠀⠀
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