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Todos os dias, em algum lugar desse mundão, desse país imenso, morre pelo menos uma mulher, em consequência direta ou indireta das violências que sofreu em sua vida. E a gente não consegue saber de todas. Até o dia 23 de janeiro deste ano, segundo levantamento do advogado Jeferson Nascimento a partir das notícias veiculadas na mídia, 125 mulheres foram assassinadas ou seriamente feridas, em crimes motivados pelo sexismo e machismo. Hoje, essa contagem tem, no mínimo, quatro mortes a mais.
Mirele Peixoto de Souza, 22 anos, cidadã de Mogi das Cruzes/SP, estava separada do pai de sua filha havia seis meses. Seu corpo foi encontrado no dia 15 de janeiro, na Estrada do Taboão, zona rural do Rio de Janeiro. Seu ex-sogro, uma pastor de Igreja Evangélica, foi preso como suspeito de contratar a sua morte.
Paula Patrícia de Melo, 38 anos, chegou a ser levada para o hospital em São Caetano/SP, mas não resistiu aos ferimentos causados por 21 facadas desferidas pelo seu namorado durante um episódio de violência doméstica. Após tentar encobrir seu ato, confessou ser o autor do crime. A notícia foi veiculada em 04 de fevereiro.
Cintia Souza, 28 anos, estava voltando do supermercado com sua esposa e filha, em Manaus, quando foram abordadas por um sujeito que atirou duas vezes em sua nuca. A esposa e filha não foram fisicamente feridas.
Silvana de Fátima da Silva, 38 anos, foi sequestrada pelo ex-marido na frente dos filhos em 29 de janeiro de 2019. Seu corpo foi encontrado no dia 11 de fevereiro em um matagal na localidade Rio da Casa, em Palmital-PR. O marido, acompanhado de advogado, entregou-se e, após afirmar que só responderia em Juízo, confessou o crime. Segundo seu relato à polícia, por ciúmes se descontrolou e aplicou duas facadas em Silvana.
Essas histórias nos mostram o quanto estamos expostas e correndo risco de morte. Quando uma de nós é assassinada dessa forma, cada uma de nós morre um pouco mais. Se você buscar no Google "Mulheres assassinadas em 2019" ou com descritores similares, de assustará com a quantidade de mulheres que perdem suas vidas sem nem ficarmos sabendo. É muita dor. É muita indignação. É muita solidão na militância. (continua no comentário)
Dando continuidade ao post anterior a este, onde falamos sobre a comercialização de "galinhas livres de gaiolas", queremos dar destaque ao curta metragem que indicamos lá. O filme é bem interessante e aborda o sofrimento vivido por essas aves que, segundo estudos, são super inteligentes e possuem personalidade própria. "A galinha que burlou o sistema" conta a história de uma galinha que toma consciência do processo de exploração industrial no qual está inserida e se mobiliza para escapar dele. Mesmo enclausurada entre milhões de galinhas que não compartilham de sua angústia, ela acredita que a vida pode ser diferente.
O curta, filmado em 2011, coleciona mais de 30 prêmios em festivais ao redor do mundo. Tem a duração de 15 minutos, rapidinho você vê.
Segundo o site Veggi e Tal, em entrevista ao site Curta Criativo, o diretor Quico Meireles conta como surgiu a ideia para o filme: “No semestre anterior a ter que apresentar minha ideia de trabalho de conclusão de curso para a banca de professores da faculdade, eu li um livro, Comer Animais, do Jonathan Safran Foer, que é um grande panorama sobre a criação de animais para consumo e abate. Quando eu li esse livro, o tema me tocou profundamente, eu fiquei me martelando essa ideia, de que eu precisava fazer alguma coisa para mostrar para mais gente aquele tema que tinha me tocado tanto. Então, o filme foi o jeito que eu encontrei de fazer aquele tema falar com mais pessoas.” Quico também conta que após fazer o filme, tornou-se vegetariano.
Já assistiu? Nós ficamos sabendo dele há poucos dias. Marque aqui nos comentários alguém que você gostaria que assistisse a este filme.
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